Como escolher a taça adequada para cada vinho
Vamos estabelecer uma regra desde já: se você deseja apreciar vinhos, copos de requeijão não são uma opção. Por “copos de requeijão” entenda-se qualquer alternativa que não seja uma taça, de vidro ou cristal, especialmente desenhada para a degustação de vinhos.
Nota importante: essa regra, por assim dizer, não diz respeito à etiqueta sócio-cultural nenhuma (eu mesmo já tomei vinho em diversos tipos de copo e até em copo de plástico!). Trata-se tão somente do fato de o vinho ser uma bebida mais bem apreciada quando em contato com uma superfície de vidro e em formato que preserve suas características essenciais (sabor, aroma, coloração).
Não sou eu quem afirma isso, na verdade. Há diversos estudos sobre o tema, mas uma pesquisa lançada em 2015 por um grupo de pesquisadores japoneses chama a atenção: depois de desenvolverem uma câmera fotográfica especial que registra os vapores de álcool à medida que deixam a abertura de um copo, eles identificaram os formatos ideais para o consumo de diversas bebidas, entre elas o vinho. A importância dos compostos aromáticos para a total apreciação de determinado vinho é tema para outro post (anotado!), mas, por ora, basta dizer que estudiosos atribuem até 80% do sabor de determinado alimento ou bebida a nossa habilidade olfativa. É isso mesmo, descrente leitor, 80%!
Diante disso, dá para dizer que a melhor coisa que você pode fazer para melhorar a experiência de degustação de um vinho é escolher uma taça que realce suas características preferidas.
A melhor taça para tomar vinho branco ou rosé
Se há uma infinidade de tipos de vinhos diferentes ao redor do mundo, é apenas compreensível que exista também diversos tipos de taças diferentes, não é mesmo?
Assim, um vinho conhecido por seus aromas florais, sabor frutado, e de corpo moderado, como Grillo Egisto, por exemplo, pede uma taça pequena, com boca mais fechada, que preserve todo esse potencial aromático.
O mesmo vale para o clássico Marchese Montefusco Chardonnay, embora neste caso a boca possa ser um pouco mais larga, visando enfatizar a textura cremosa do vinho.
Ou seja, o objetivo maior aqui é preservar os aromas e manter a temperatura mais fria. Por isso, vinhos brancos e rosé são mais bem servidos em taças menores, de boca média ou pequena, a depender do corpo do vinho escolhido (quanto mais encorpado maior pode ser a abertura da taça).
A melhor taça para tomar vinho tinto
Aqui o objetivo é outro: queremos dar mais vazão para a evaporação e deixar o vinho o mais suave possível. Por isso, os vinhos tintos são geralmente servidos em taças grandes, com bocas maiores.
Na prática, a escolha de uma taça de vinho tinto tem muito a ver com a suavização dos taninos. Além disso, quanto maior for a abertura da taça, mais suave será sua apreciação. Por isso, vinhos bem encorpados, como Savuto, pedem taças com bocas mais alargadas.
Já vinhos com corpo de médio a forte, como Barolo, Brunello di Montalcino, entre outros, são perfeitos quando apreciados em taças médias, que param um pouco acima do nariz.
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