Páscoa: Não se esqueça de ter um vinho à mesa!
Você sabia que a Páscoa tem três representações diferentes na sociedade? No segundo milênio antes de Cristo a região de Canãa era habitada por pastores. Mas, eles tinham o costume de abandonar suas terras no fim dos períodos de chuva entre março e abril para irem rumo às planícies férteis. Ou seja, a festividade tinha o objetivo de trazer proteção à peregrinação. Ao transcorrer pela história da humanidade, Jesus ressuscitou depois da crucificação no Calvário. Dessa forma, a data também é responsável por celebrar o acontecimento. Já os judeus conhecem a celebração como Pessach que nada mais é do que passagem em hebraico referindo-se ao término da escravidão de quatro séculos no Egito.
Hoje em dia o feriado ganhou uma nova conotação: É uma oportunidade no ano para reunir a família e amigos em volta da mesa a fim de compartilhar momentos regados a peixe que finalizam com os ovos de chocolate tão esperados pelos amantes de doces. Neste contexto, é importante munir o cardápio do almoço de domingo de Páscoa com um bom vinho de acompanhamento. Afinal, quando o assunto é sabor de um bom vinho faz toda a diferença.
Antes de começar a entrar em contato com as combinações ideais para os pratos repletos de significados, é importante ter em mente a premissa do equilíbrio no paladar. Quanto mais leve for um prato, mais suave deve ser o vinho. Por sua vez, as refeições fortes pedem bebidas encorpadas. Dito uma das regras do jogo da harmonização é a hora das sugestões!
Peixes ou Bacalhau
Ao pensar em bacalhau o vinho branco parece ser a melhor escolha quase que de forma instantânea. Contudo, eis um segredo: o tradicional prato da Páscoa é um dos únicos peixes que combinam com tinto. É válido até mesmo degustar a iguaria com um rosé. O fator decisivo para a escolha do vinho é o modo de preparo. Neste post damos dicas especiais para você harmonizar o vinho com seu bacalhau preferido.
Assado com azeite: O frescor do vinho rosé em conjunto com um preparo leve é um espetáculo de sabores para o paladar. O Rosato IGT Sicilia torna-se uma ótima escolha para quem deseja seguir este caminho. Além de trazer o refresco necessário à mesa, o vinho também leva beleza à mesa em forma de tons avermelhados e reflexos de cereja.
Desfiado e com acompanhamentos: Lembra da regra de harmonização revelada na introdução do texto? Pois bem, é o momento de aplicá-la. Batatas, cebolas, azeitonas e ovos em meio ao peixe cozido é um prato forte. Portanto, a primeira opção de harmonização fica por conta do tinto. Vindo da Sicília, o Pinot Grigio é um bom representante das bebidas mais encorpadas. O paladar frutado é perfeito para a combinação do peixe com os acompanhamentos.
Cremoso: Um peixe cremoso abre as portas para qualquer tipo de harmonização. Dessa forma, há quem prefira exaltar a textura cremosa do prato. Caso essa seja a opção um branco seco em tons de madeira como é o caso do Scavigna Bianco é a melhor escolha. Por outro lado, para “cortar a gordura” da cremosidade é preciso um branco com alta acidez. O indicado é o Vermentino Thilibas.
Bolinhos: Para a versão frita do bacalhau (ou qualquer outro peixe), os espumantes se destacam por ter a capacidade de quebrar as moléculas de gordura da fritura, o que torna os bolinhos mais leves. A partir de um sabor frutado com toques de morango e framboesa, o Espumante Rosé Terra Serena de Vêneto no nordeste da Itália é a opção certa.
Chocolates
Por fim, chegou a vez de um dos maiores símbolos da época da Páscoa: Os ovos de chocolate. Em primeiro lugar, é necessário ter o conhecimento de que o vinho precisa apresentar um sabor mais doce do que o alimento. O açúcar costuma produzir um breve entorpecimento nas papilas gustativas e impede a captação dos sabores sutis, o que reflete na degustação da bebida. Neste caso, para os chocolates meio amargo prefira o tinto. Para os demais, não fuja do vinho do porto. Gostou do assunto? Leia mais sobre a harmonização entre vinhos e chocolates nesse link.
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